Saiba o que é a condensação em silos e como ela ocorre. Conheça também os principais problemas causados por esse fenômeno e aprenda a evitá-lo.

O Brasil é o quarto maior produtor de grãos do mundo e o segundo maior exportador, isso é o que mostram os dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Mas, o cenário não é tão favorável quando o assunto é pós-colheita. Afinal, problemas como a condensação em silos são responsáveis por diversas perdas em grãos durante a armazenagem.

A condensação em silos é, sem dúvida, a grande inimiga da conservação de grãos. Mesmo sendo um fenômeno natural, a condensação é responsável pelo mofo, pela deterioração e pela perda de grãos armazenados. Felizmente, existe a exaustão do ar, que pode solucionar boa parte dos problemas causados pela condensação em silos.

Neste artigo, vamos te explicar o que é a condensação em silos e como ela ocorre. Você também vai entender como esse fenômeno, mesmo que natural, prejudica os grãos armazenados. Por último, vamos te apresentar a forma ideal de evitar a condensação no seu silo de grãos.

 

O que é a condensação em silos? 

A condensação em silos, também chamada de gotejamento, é um fenômeno físico natural que ocorre por conta da formação da bolsa de calor em unidades de armazenamento. Mas, mesmo que a condensação em silos ocorra de forma natural, ela deve ser evitada a todo custo. Isso porque ela é a responsável por grande parte dos problemas de conservação de grãos.

Geralmente, esse fenômeno ocorre porque durante a noite a temperatura do ambiente cai, fazendo as paredes do silo esfriarem. Assim, o ar úmido de dentro do silo, ao entrar em contato com as paredes frias, ultrapassa o ponto de orvalho (temperatura em que o vapor d’água em suspensão no ar começa a condensar) e goteja.

A condensação, também conhecida como chuva em grãos ou suadeira, tem relação com o deslocamento de ar quente dentro do silo. Isso ocorre porque o ar quente, ao entrar em contato com superfícies frias, gera a saturação (quando a umidade relativa do ar atinge 100%) e condensa. 

Ou seja, a condensação em silos ocorre porque a bolsa de calor, formada entre os grãos e o telhado da estrutura armazenadora, entra em contato com as paredes resfriadas. Dessa forma, o vapor d’água é condensado, isto é, se transforma em gotas d’água que “chovem” sobre os grãos armazenados. A seguir, entenda melhor como esse processo funciona.

 

Como a condensação em silos funciona? 

Agora que você já sabe o que é a condensação em silos, é hora de entender melhor como ela acontece. Esse fenômeno tem relação com a formação de bolsas de calor nos silos. Além disso, ele ocorre por causa do deslocamento da bolsa de ar quente que, quando se encontra com zonas mais frias, gera o que chamamos de pontos de condensação. 

As variações de temperatura do ambiente influenciam nesse processo e geram a formação dos pontos de condensação. A diferença de temperatura durante o dia e a noite é exemplo disso. Outras mudanças na temperatura externa, como dias quentes e outros frios, também podem causar a formação de pontos de condensação no interior dos silos.

Além disso, durante o dia, os silos ficam expostos à radiação solar, o que provoca o aquecimento de sua estrutura metálica. Dessa forma, por meio da condução térmica, o ar interno dos silos é aquecido e a sua umidade relativa é reduzida. Esse ar quente, através da evaporação, absorve a umidade contida nos grãos armazenados, processo chamado de secagem. 

O oposto ocorre durante a noite, ou seja, sem a radiação solar, as temperaturas tendem a cair. Assim, a estrutura de metal do silo é resfriada e o ar, por meio da condução térmica, diminui a temperatura e aumenta a umidade relativa. Esse aumento de umidade pode ultrapassar o ponto de orvalho, responsável pela condensação em silos. 

Agora, ficou claro que todo esse processo é natural, sendo influenciado pela variação de temperatura do ambiente e a formação da bolsa de calor. Contudo, isso não impede que a condensação em silos seja prejudicial para os grãos armazenados. 

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Como a condensação em silos prejudica os grãos armazenados? 

O gotejamento causado pela condensação em silos gera vários problemas durante a armazenagem de grãos. Além de poder causar a oxidação da estrutura do silo, esse fenômeno é responsável pelo surgimento do mofo e da deterioração de grãos. A proliferação de pragas também pode aumentar se a condensação não for evitada. A seguir, entenda melhor como esse processo pode prejudicar os grãos:

Surgimento de grãos mofados e deteriorados 

A bolsa de calor que se forma entre a massa de grãos armazenados e o telhado dos silos intensifica o processo de secagem. Isto é, o ar quente do bolsão de calor, ao entrar em contato com os grãos, retira parte de sua umidade relativa através da evaporação. Isso ocorre nas camadas mais superficiais da massa de grãos, pois elas estão em contato direto com a bolsa de ar quente.

Mas, cabe lembrar que os grãos são isolantes térmicos. Por isso, os grãos secos das camadas superiores acabam formando uma espécie de crosta. Essa “barreira de grãos” impede que o excesso de umidade nas camadas inferiores seja eliminado. Dessa maneira, começa a surgir o mofo e, com isso, os grãos se deterioram.

Tudo isso acaba se tornando um enorme problema para os armazenadores de grãos, já que os grãos mofados e deteriorados não são seguros para a comercialização e o consumo. Ou seja, os prejuízos financeiros podem ser grandes, e esse é apenas um dos motivos pelos quais a condensação em silos deve ser evitada.

Início da germinação dos grãos 

O isolamento térmico dos grãos e a condensação em silos podem fazer os grãos ficarem incrustados, formando camadas que agem como barreiras. Essas barreiras impedem a saída do excesso de calor e de umidade de dentro dos silos. Dessa forma, surgem problemas graves durante o período de armazenagem.

Afinal, a temperatura e a umidade elevada são fatores propícios para a germinação de grãos, isto é, eles podem brotar enquanto ainda estão armazenados. A germinação, por sua vez, deve ser impedida, já que o intuito de armazenar os grãos é conservá-los até o momento em que a comercialização seja favorável.

Além disso, a germinação acontece quando os grãos saem da chamada “zona de conservação”. Estima-se que os valores ideais para manter os grãos conservados são 14% de umidade e até 18ºC de temperatura. Ao ultrapassar esses limites, o risco dos grãos brotarem antes da hora só aumenta.

Redução da eficácia da aeração 

A condensação em silos também é responsável pela redução da eficácia da aeração. Isso ocorre, mais uma vez, por conta da camada de grãos que fica incrustada no silo. Essa camada gera uma barreira que impede o fluxo de ar dentro da unidade armazenadora quando a aeração é acionada.  

Dessa maneira, os grãos armazenados sofrem com perdas técnicas, porque com uma aeração ineficaz a umidade em excesso não é retirada do silo. A umidade excessiva, resultante da insuflação de ar quente, causa o aumento da respiração dos grãos. Isso causa o aumento da umidade intergranular e provoca perda de peso, a famosa “quebra técnica”.

Além disso, uma aeração pouco eficiente gera a necessidade de aumento da amperagem dos ventiladores. Assim os gastos com energia elétrica aumentam, o que leva os armazenadores de grãos a terem graves prejuízos financeiros. 

Proliferação de pragas 

Como você já sabe, a bolsa de calor é responsável pela condensação em silos. Mas, essa bolsa de ar quente, junto com o excesso de umidade causado pelo gotejamento, cria também um ambiente com excesso de calor e umidade. O problema é que ambientes quentes e úmidos favorecem o surgimento de pragas agrícolas.

Ou seja, a proliferação de pragas é mais um dos problemas que se intensificam por causa da condensação em silos. Por isso, é importante conter esse fenômeno, já que as pragas são responsáveis por prejuízos financeiros e vários danos à saúde humana. 

Como evitar a condensação em silos de grãos?

Agora que você já conhece os problemas causados pela condensação em silos é hora de aprender a resolvê-los. Sem dúvida, a forma mais eficiente de acabar com a condensação é contendo a formação da bolsa de calor nos silos. Para isso, você pode contar com um bom sistema de exaustão.

Afinal, de acordo com o princípio físico da convecção, a tendência é que o calor suba e o ar frio desça. Por isso, durante o dia, quando há o aquecimento da massa de grãos, o calor sobe e se deposita entre o telhado do silo e a massa graneleira. Em um sistema com exaustores, até mesmo o calor presente nas áreas laterais do silo passa pelo espaço intergranular e se deposita na parte superior, saindo pelos exaustores.

Ou seja, não ocorre a formação de bolsas de calor, já que o ar quente, que vai naturalmente para cima, é retirado durante a exaustão. Desse modo, no período noturno, não ocorre a condensação em silos, já que a bolsa de ar quente foi retirada, evitando a formação de barreiras que impedem o fluxo de ar. 

Portanto, os exaustores retiram a bolsa de calor e o excesso de umidade presente nos silos. E com a retirada do excesso de umidade, o ar é renovado. Assim, a tendência é que a temperatura interna diminua, mantendo os grãos armazenados na zona de conservação. 

Conclusão

A condensação em silos, também chamada de gotejamento, suadeira ou chuva em silos, é um fenômeno físico que vem causando muitos problemas aos armazenadores de grãos. A proliferação de pragas, a deterioração e o mofo são alguns dos problemas causados pela condensação durante a etapa de armazenamento.

Apesar disso, existe uma solução para acabar de vez com a condensação em silos: a exaustão natural. Os exaustores eólicos são responsáveis por remover a bolsa de calor presente nos silos, e essa é, sem dúvida, uma das principais causas da condensação.

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